30.6.10

Charque Roupa Velha pra encher o bucho!

Nesses passeios pelo interior de Pernambuco, passando pela BR-232, conheci um restaurante "delícia"! O Oficina da Charque, em Gravatá.

Eu nunca fui fã de charque, mas a desse lugar é absurdamente gostosa. Charque pra mim era só no jantar basicão de casa, acompanhada daquela macaxeira cozida. Nunca pensei que seria uma opção de prato principal do almoço (pagando!), mas definitivamente agora é. Pelo menos a desse lugar.

Os pratos são o Roupa Velha e o Roupa Nova. O primeiro vem com a charque mais molhadinha. No segundo, ela vem bem seca. Apesar de gostar de uma comidinha seca, o Roupa Velha é mais gostoso.

A carne vem na chapa, toda desfiada. Para acompanhar, farofa (claro!), vinagrete, feijão, macaxeira frita e arroz. O prato, para duas pessoas, sai por R$ 32,00 e R$ 37,90 (com queijo). É bem servido, diria até que dá pra três pessoas "normais". Pra quem não faz questão dos acompanhamentos todos, há a opção de pedir o petisco do prato. Aí o preço é R$ 29,00 e R$ 33,40 (com e sem queijo).

Eu "tô" com água na boca só de escrever esse post. Já dá pra imaginar o porquê da falta de foto para esse texto, neh!?

Vai lá?
Oficina da Charque | Gravatá
Av. Cícero Batista de Oliveira, 2045.
:: Vindo do interior para Recife, fica na via local da BR-232, do lado direito ::
(81) 3533.1652
28.6.10

O São João danado de bom de Arcoverde

Eu sou suspeita para falar de festa porque adoro qualquer tipo de comemoração. Escolher uma delas fica difícil, mas sem dúvida São João é uma das minhas preferidas. A comida é gostosa, a música é boa e a cultura e tradição que envolvem os festejos juninos são riquíssimos. É festa pra comer, se divertir, dançar, brincar, fazer simpatia, aprender...


Aqui em Pernambuco as opções para curtir a maior festa do Estado são muitas, mas nem sempre a maior é a mais agradável. Muitas festas já estão saturadas e fica difícil brincar o verdadeiro São João. Mas em Arcoverde, a "capital" do sertão pernambucano, a 252 km de Recife, a festa é e continua danada de boa! Este ano meu São João foi lá. Não deu pra brincar o quanto eu queria porque só pude curtir dois dias de festa. E São João na terra do coco de roda dura muitos dias.

A festa começa a partir das 17h, com apresentações de cultura popular no Alto do Cruzeiro, no Pólo Raízes do Coco. Repentistas, poetas e trios pé-de-serra fazem a festa. Mas as apresentações mais animadas e esperadas pelo público são mesmo os grupos de coco, tradicionais de lá. No final da tarde também há apresentações de poetas na Bodega da Poesia, Pólo Alternativo. Mas esse não tive oportunidade de ver.


Quando as apresentações desses pólos terminam, o centro da cidade já está se preparando para receber o público. Lá ficam os outros palcos, um bem pertinho do outro. A prefeitura enfeita a cidade, com direito a uma vila cenográfica, a Vila Olho D'água, com casas de taipa, milharal, santos... Grupos de quadrilha, pífano e artistas populares itinerantes se apresentam desde às 20h. Barzinhos estão abertos desde cedo e um parque de diversões também é instalado, para alegria de todos nós. Andar na roda-gigante é obrigatório! Se bem que o preço não estava condizente com os parquinhos de interior. Uma entrada para qualquer brinquedo custava R$ 2,50!


Nos palcos, as apresentações começam às 22h. Tem o palco multimusical, onde se apresentam grupos de rock; o palhoção pé-de-serra, para ralar o bucho; o palco das artes, onde se apresentam grupos de reizado, coco, xaxado, quadrilhas e mais um monte de coisa boa; e o palco principal, onde as bandas maiores dão o show. Até às 03h não vai faltar programação.
Eu, particularmente, adorei o palco das artes. Os grupos são bem autênticos, apresentam sua cultura com maior orgulho e divertem quem está por lá. Todo mundo dança junto.


Depois da festa terminar, o jeito é ir dormir e aproveitar o friozinho gostoso que faz na cidade essa época (+/-17°). E torcer para que o outro ano não demore a chegar.

18.6.10

Todo o encanto da Caverna do Deda


Quando fui a Serra Negra, em Bezerros (PE), não deu tempo de fazer um dos passeios mais recomendados da região: a Caverna do Deda. No último final de semana, para comemorar o Dia dos Namorados, voltamos ao lugar e podemos conhecer esse que é, sem dúvida, um dos lugares mais bonitos do Estado.

O dia estava bem frio, nublado e com uma chuvinha fina que caía sem parar. Por um lado esse clima até foi bom, já que a caminhada é pesada! O carro vai até um ponto, no começo da serra. Depois, é preparar os pés e caminhar por cerca de uma hora até o destino. Como não achamos o guia, fomos por conta própria. Procuramos saber com alguns moradores como chegar e seguimos em frente. Muita subida, paradas para tirar fotos, escutar o som da natureza e beber água. Isso é fundamental! Vá com sua squeeze cheia.





A entrada na Caverna do Deda custa R$ 2,00 por pessoa. A propriedade era de Deda Laurentino, já falecido, e tem esse nome em sua homenagem. Quem cuida de tudo é seu filho, João, que faz questão de explicar os detalhes e a história com o maior apreço.
O primeiro atrativo é um balanço, instalado em uma árvore que tem um galho alto. Chega a dar um friozinho gostoso na barriga. Depois de se balançar, prepare as pernas que lá vem subida!
Entramos pela caverna do Deda, bem escura. Quem nos guiou foi "Seu Antonio", tio de João, que parecia estar vendo tudo. Ele sabe de cor todos os cantinhos de lá. Subindo por uma escada quase vertical, conhecemos uma pedra onde algumas pessoas se aventuravam no rapel. Vamos subindo mais, por outras trilhas e mirantes, até chegarmos no ponto mais alto do passeio, a 960m de altitude. A vista, nem preciso dizer, é linda (mesmo estando tudo "empacaçado", como dizia, meio abusado com o tempo, Seu Antonio).



A descida de volta é bem íngreme e escorregadia, com a chuva que estava fazendo. No final, há uma bica, que funciona apenas no verão (mesmo porque não há cristão que aguente o frio). Ao sair, o Bar da Caverna está à disposição para um lanche e parada para o banheiro.
No lugar também é possível acampar. A diária custa R$ 5,00 por pessoa e outros R$ 10,00 pela barraca, caso você não tenha seu próprio equipamento.



É no bar que João faz questão de mostrar a foto do pai. Ele nos explica que na área funciona uma secagem de café, onde produzem um café orgânico "de primeira". Ele também cultiva abelhas em quatro apiários e nos dá uma aula sobre o assunto. E o melhor: com direito a prova! Comemos um favo de mel que foi a energia necessária para a caminhada da volta.
Por falar nisso, essa foi, sem dúvida, a maior sorte do passeio. Como voltamos com Seu Antonio, ele nos levou por uma trilha bem mais rápida, sem subidas e infinitamente mais bonita que o caminho da ida. Passamos pelo Buraco da Butija, onde dois moradores de lá acharam uma botija cheia de ouro, e pelo Açude da Flecheira, o qual atravessamos por um caminho de pedras. Para mim, a paisagem mais encantadora da viagem.
Na volta para casa, parada para o caldo de cana, com gelo da própria bebida, pé de moleque e bolo de bacia, na Casa do Mel, na descida da Serra. Só mesmo com muito açúcar para aguentar acordado depois de tanto caminhar pelas belezas da Serra Negra.

:: Fotos: Cecília Nóbrega e Kiko Santana ::
14.6.10

O Sítio da Boa Esperança

Se hospedar em um paraíso como Carneiros é gostoso, onde quer que seja. A maioria das opções são as casas para alugar, mas há chalés, bangalôs e até resorts hoje em dia pela praia. Mas ficar hospedado em uma casa, num sítio, num lugar privilegiado, deixa qualquer estadia mais especial.


O Sítio da Boa Esperança é uma das mais aconchegantes opções na Praia dos Carneiros. São diversas casas, cada uma de uma cor, que determina o tamanho. Tem desde a casinha rosa, para o casal, até a imponente casa grande amarela, para grupos de até 20 pessoas.


As casas são todas equipadas com tudo necessário para uma estadia completa, desde a roupa de cama, até microondas, ar condicionado e DVD. É só colocar a feira no carro e seguir viagem.

O lugar

Antigamente, a Praia dos Carneiros era uma grande fazenda de cocos, que foi dividida entre os herdeiros da família Rocha. Assim, o Sítio da Boa Esperança é uma parte dessa antiga fazenda.
No terreno do sítio fica a Capela de São Benedito (nome do padroeiro da praia), uma construção do fim do século XVIII. Conta-se que o Visconde de Rio Formoso construiu a igreja, em cujo pátio aconteciam importantes encontros dos VIPs daquela época.

Hoje, a família proprietária do lugar mantém a igreja aberta para visitação, durante todo o dia, dividindo essa história com quem visita a praia.



Vai lá?
Sítio da Boa Esperança | Praia dos Carneiros
Contato: Zaldo Rocha
(81) 8850.7956 :: 9254.2520 :: 9962.1391
zaldorf@bol.com.br :: zaldorf@uol.com.br

O paraíso chamado Praia dos Carneiros

Estar na Praia dos Carneiros me remete a lembranças deliciosas. Esta foi a praia da minha infância, onde eu comia ostra pescada na hora, onde as brincadeiras mais legais aconteceram, onde eu corria desesperadamente dos siris que lotam a areia de "laminha", como eu chamava, daquele rio-mar. Naquela época a praia era deserta, apenas com as casas das famílias donas dos sítios de lá. Hoje, mais de 20 anos depois dessa infância a que me remeto, a praia já é bem mais explorada, mas ainda continua com ar de paraíso.
Carneiros

A praia dos Carneiros fica no município de Rio Formoso, a 100 km do Recife. A origem do nome do lugar tem várias versões. Uma delas diz que veio das formas de carneirinhos da espuma do mar, quando as ondas quebravam na areia. Mas a verdade é que a Praia dos Carneiros tem esse nome por conta de uma família com esse sobrenome que foi dona daquelas terras, no século XIX.

Rio ou mar?

A praia é o lugar perfeito para quem quer descanso e um bom banho de mar. Como fica no encontro com os rios Arikindá, Rio dos Passos e o Rio Formoso (o maior dos três, que vem desde a cidade de Rio Formoso, no centro de quem olha para a foz), a água é morna e das mais calmas, sem ondas. No pontal, as piscinas naturais e seus habitantes completam o espetáculo. Com (ou sem) máscara de mergulho, você vai encotrar peixes diferentes, de todo tipo. Para visitar as piscinas de corais, a maré precisa estar seca. Uma dica: vá cedo, pois os turistas lotam as piscinas e fica complicado até de conseguir um espacinho. Ah! E na principal piscina natural há um ponto de aluguel de equipamento de mergulho, caso você não tenha o seu (R$ 5).

Piscina Natural no Pontal de Carneiros
As opções de passeio são muitas. Por ser uma praia formada por sítios de coco, cavalos e charretes são meios de transporte comum para quem quer descansar as pernas e ir a um lugar mais longe. Com a maré baixa, é possível fazer um passeio de barco até a Praia de Guadalupe, que forma a enseada com a praia dos Carneiros, e lá tomar um delicioso banho de argila. A pele fica um luxo!

Igrejinha
Este é um dos passeios mais bonitos, na minha opinião. A dica é fazê-lo num barco pequeno, de pescador. Ele fica cerca de duas horas com o grupo e ainda passa pelo mangue (indescritível a beleza no fim da tarde!), pela igreja de São Benedito, por bancos de areia, até chegar ao pontal. O preço é, em média, R$ 20 por pessoa.

Onde comer?
Depois de andar, nadar e tomar muito sol, a fome aperta e é hora de arranjar lugar para comer. A pedida são os frutos do mar, nos restaurantes da praia. As opções não são baratas (em torno de R$ 65,00 o prato para duas pessoas), mas você pode pesquisar outras alternativas, como o ensopado delicioso de aratu ao molho de coco (R$ 28) que satisfaz bem o casal. Acompanhado de uma água de coco tirada na hora fica ainda mais gostoso (Bar O Pescador).

Depois é só deitar numa das espreguiçadeiras do bar e aproveitar o resto do dia nesse paraíso.

:: Com todo o meu agradecimento e carinho a Zaldorf ::